sábado, 4 de dezembro de 2010

O CAMPEONATO BRASILEIRO DE SNOOKER 2010 - UM COMENTÁRIO

         Realizou-se de 25 a 28.11, na bela cidade de Fortaleza-CE, a edição de 2010 do Campeonato Brasileiro de Sinuca (Snooker).

         Do evento participaram os melhores sinuquistas do Brasil, cuja força nesse esporte tem o reconhecimento internacional. Prova disso foi a presença do Sr. Jorge Araneda, Presidente da CPB – Confederação Panamericana de Bilhar, ilustre dirigente da entidade que comanda todas as modalidades de bilhar nas três Américas (exceto o Pool nos EUA e Canadá), que veio prestigiar o acontecimento.

        O bilhar latu sensu encaminha-se para o reconhecimento como esporte olímpico. A criação da entidade denominada WCBS - World Confederation Billiard Sports – pode representar o derradeiro passo para alcançar esse desiderato, pois, através dela, o bilhar obtém a necessária unificação de suas diversas modalidades, condição sine qua non para essa aceitação.

       Como dirigentes temos a árdua tarefa de transformar a organização desse esporte no Brasil. Será preciso entender, inicialmente, que se trata de um esporte AMADOR. É um rematado equívoco falar-se em profissionalização dos atletas. Não há suporte jurídico para tanto e nem compete à CBBS – Confederação Brasileira de Bilhar e Sinuca – promovê-la, pois se trata de uma entidade que tem por objetivo estatutário a consolidação, organização e supervisão da prática dos esportes do bilhar de natureza AMADORA (art. 58, caput, do Estatuto da CBBS).

     A profissionalização que necessitamos diz respeito às tarefas administrativas. Equívocos rotundos como aqueles verificados no último campeonato brasileiro são o resultado de uma velha e ultrapassada forma de amadorismo administrativo.

    Não cabe aqui sair à cata de culpados, pois os responsáveis já são conhecidos: somos todos nós dirigentes. Alguns por ações equivocadas; outros por omissão. Precisamos deixar de explicar os erros pelas dificuldades encontradas e não transferir responsabilidades. A improvisação é o resultado natural da desorganização. E será necessário parar de improvisar!

   A valorização de nosso esporte passa pela organização interna, mas também será importante a nossa integração às federações internacionais (art. 11, II, art. 19, V, e art. 45, XIII, do Estatuto da CBBS). A bolsa atleta é decorrência de resultados internacionais obtidos e compete às nossas entidades de âmbito interno ingressar nessa senda para proporcionar aos atletas as condições econômicas necessárias para o seu desenvolvimento com a ajuda desses recursos.

   Aliás, a razão de ser do esporte é a criação e o desenvolvimento dos ATLETAS. Compete a nós, dirigentes, proporcionar-lhes os meios, os instrumentos e as condições de competir

   Somos todos culpados. E precisamos mudar!

            Ricardo Paiva Borba
   Presidente da Federação Gaúcha de Sinuca e Bilhar
         rpborba@terra.com.br

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